O PIB do Brasil recuou 0,3% no 1º trimestre de 2016 em relação ao 4º trimestre de 2015, de acordo com dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A economia brasileira começou a registrar contração no início de 2015, então este foi o quinto trimestre consecutivo de queda, mas a queda foi menor do que no trimestre anterior (-1,4%).
O número também veio melhor do que o que estimado pela pesquisa da Reuters (-0,8%) e por instituições financeiras como o Itaú Unibanco (-0,8%) e o Banco Fibra (-1,1%).
O dólar reagiu com queda e às 9:13 recuava 0,28%, a 3,6023 reais na venda.
“Foi um bom resultado até e dá uma perspectiva positiva para o segundo trimestre. A saída da presidente deve melhorar os dados de maio e junho, levando eventualmente os números na margem para o terreno positivo já nesse semestre, quando imaginávamos que isso fosse acontecer mais para o final do ano”, diz Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, que já está revendo suas projeções.
Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, a queda foi de 5,4%, a oitava consecutiva.
Na comparação do acumulado dos últimos 4 trimestres em relação aos 4 trimestres anteriores, foi de 4,7% – a maior desde o início da série histórica em 1996.
Setores
Na base trimestral, a agropecuária caiu 0,3%, a indústria recuou 1,2% e os serviços contraíram 0,2%.
Houve queda forte em setores como extração mineral (-1,1%), construção (-1%) e comércio (-1%) e resiliência de setores como eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (+1,9%).
Ficaram basicamente estáveis as partes de “outros serviços” (0,1%), “administração, saúde e educação pública” (0,1%) e atividades imobiliárias (0,0%).
A indústria de transformação queda de 10,5% na comparação anual devido ao ” recuo da produção de máquinas e equipamentos; da indústria automotiva e outros equipamentos de transporte; produtos metalúrgicos; produtos de metal; produtos de borracha e material plástico; eletroeletrônicos e equipamentos de informática; e móveis”, diz o IBGE.
O investimento teve seu 13º trimestre consecutivo de recuo. A porcentagem do investimento em relação ao PIB caiu de 19,5% no 1º trimestre de 2015 para 16,9% no 1º trimestre de 2016 enquanto a poupança foi de 16,2% para 14,3% no mesmo período.
O consumo das famílias caiu pelo 5º trimestre consecutivo, fruto da “deterioração dos indicadores de inflação, juros, crédito, emprego e renda ao longo do período”, segundo o IBGE.
As exportações subiram 6,5% enquanto as importações caíram 5,6%. Na comparação com o mesmo período de 2015, os resultados foram de 13% e -21,7%, respectivamente.